Investimentos em festas populares aquecem a economia e impulsionam o turismo. Desembarques aumentaram 15,25% em fevereiro com a folia
Foto: Brunno Carvalho
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São Luís, capital do Maranhão, é uma cidade conhecida por seus vastos patrimônios histórico e arquitetônico, extenso litoral de águas frescas e tradicionais festejos de São João, que resultam de uma mistura única de credos e ritos negros, indígenas e europeus.
Nas últimas duas décadas, a cidade tornou-se também o destino de voos comerciais cheios de turistas, que passam por ali para vivenciar dias de lazer e descanso, na portentosa paisagem natural do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
A alta temporada na região ocorre em junho, quando as lagoas cristalinas estão cheias e o sol brilha no horizonte, coberto por dunas de areia branca.
Ainda é abril, mas há a expectativa de que junho renove o fôlego econômico de fevereiro, quando o Carnaval atraiu 4,5 milhões de foliões e, assim, proporcionou um incremento de 15,25% de desembarques no Aeroporto Internacional Marechal Hugo Cunha Machado, na comparação com o ano anterior. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que apurou um aumento de 52.365 para 60.349 passageiros no mês da folia de momo.
O fluxo geral, que é determinado pela quantidade de embarques somada aos desembarques, também registrou alta de 9,19%, subindo de 109.883 em 2024 para 119.986 neste ano. Sob consecutivos recordes, a economia maranhense colhe os frutos de investimentos expressivos na cadeia produtiva do turismo.
O governo estadual investiu R$ 68 milhões, em 2025, para o fortalecimento da infraestrutura e promoção do evento, o que beneficiará, diretamente, setores como hotelaria, gastronomia e transporte.
O retorno chegou a R$ 800 milhões de movimentação econômica no estado. Esse ganho impacta positivamente bares, restaurantes, hotéis, taxistas, motoristas de aplicativo, salões de beleza, costureiras, entre tantos outros segmentos.
Indo além da dobradinha cultura-turismo, consolida-se a compreensão de que as festividades populares, desde sempre centrais para a identidade da população maranhense, têm se tornado também importantes indutoras do desenvolvimento local.
As manifestações culturais e artísticas que tomam as ruas durante o Carnaval e o São João são gestadas ao longo de todo o ano, com ensaios e preparativos cujos ciclos recomeçam assim que o calendário se renova. A tradição é antiga e atravessa o tempo, modificando-se e incorporando influências, sem perder o significado e a força.
Enquanto o período junino oficial não chega, os pandeirões se aquecem – literalmente – no fogo dos terreiros. Bordadeiras estampam motivos religiosos no couro do boi e os ensaios atravessam madrugadas.
Nos bastidores, ações de segurança, contratos de iluminação e estrutura para a acomodação do público são providenciadas para garantir a beleza da festa e o conforto dos visitantes. “A meta é manter o São João do Maranhão como o maior do mundo”, avisa o secretário de estado da cultura, Yuri Arruda. Não há quem duvide.
